O fato é que a série Perry Rhodan lida com este tema, a maior parte do tempo bastante... imperceptivelmente. A Perrypedia traz quase envergonhada apenas um artigo sobre a sexualidade entre as espécies, num estilo seco, quase que cientificamente, "a reprodução entre as espécies do gênero lemurense geralmente não é um problema." — Sexualidade entre as espécies é descrita raramente, mas muitas vezes referenciada como sendo problemática. — No todo, estão arquivados na seção "trivial." Admitidamente há isto, mas eles não falam sobre isso abertamente.

Quando ocorre isso, ainda mais em uma série de Ficção Científica?

Comprovadamente K. H. Scheer, a figura dominante nos primeiros 15 anos da série Perry Rhodan, se comprometeu com grandes esforços "para manter a sua" série tão livre quanto possível do erotismo. Heiko Langhans descreve em "Karl-Herbert Scheer. Designer do futuro"(pág. 31f.), entre 1956-1958, Scheer escreveu os primeiros nove volumes de uma série de romances sob o pseudônimo Klaus Tannert, onde um piloto de testes e agentes secreto foram incorporados, entre outras coisas, como citado por Langhans na página 31, "houveram contatos estreitos com o sexo feminino". Desde aquele momento em que, com o tempo ele se tornou o grande K. H. Scheer, este é certamente um novo elemento incomum. Presumivelmente, essa correção no comportamente teve um efeito duradouro.

Heiko Langhans cita na página 32 da obra de Perry Rhodan em 1963: "... até mesmo o chamado erótico lento deveria ser evitado. Erótico lento refere-se à representação de pontos de vista sobre as fêmeas, as descrições de pensamentos e ideias que podem ter a ver com os representantes do belo 'sexo frágil'. Se personagens femininas aparecem, nunca se divaga em consideração sobre a relação entre os sexos, mas, em vez disse se enfatiza a grande e valiosa camaradagem humana,nas relações recíprocas ..."

Essa configuração continuou a prevalecer ao longo da era Scheer. Seu ápice foi em dezembro de 1973 no Volume 639, "A Morte do Administrador-Geral" por Kurt Mahr. Estamos nos estágios finais do "Xadrez Cósmico": o cérebro de Perry Rhodan luta na galáxia Naupaum em um estranho anfitrião para seu retorno, enquanto um cérebro androide armazenado em seu corpo manteve-se na Via Láctea para levar a Humanidade à destruição. Vimos como, graças aos esforços extenuantes de Orana Sestore, "a mulher que era vista por todos os aspirantes mais comuns das colunas sociais e de programas de notícias num relacionamento romântico com Perry Rhodan", o falso Rhodan é revelado:

"Um leve ruído a fez sentar-se. Rhodan saiu da célula higiênica. Ela se virou e colocou o copo sobre a mesa rapidamente, para ter suas mãos livres quando corresse para encontrá-lo.

A visão que se apresentava, atingiu-a com a força de um relâmpago, era como se o chão desaparecesse à frente dela. Ela parou no meio do movimento. Ficou parada como uma estátua. Apenas seus olhos se arregalaram de incrédulo espanto, quando viu a imagem cheia de desgosto.

Orana Sestore não era nenhuma mulher recatada. Porém, a desavergonhada clareza com que ela reconheceu as intenções daquele homem que estava diante dela, a encheu de desgosto. Um pensamento ecoou pela cabeça dela com dolorosa clareza: então eles estavam certos! Um homem que, poucos minutos depois de sua declaração, não demonstrou nenhuma vergonha de sua nudez, parou diante de mim e me olhou com um olhar concupiscente e convidativo – era impossível que esse homem fosse Perry Rhodan!"

Assim, isso está na série Perry Rhodan: para não ser preso como sósia, porque, com nitidez, se comportou indecentemente com a mulher a qual recentemente propôs casamento. Em: "Com isso o papel de Andro-Rhodan jogava na central de controle do Império Alfa estava comprometido." Para ele só restava fugir!

No próximo Infotransmitter, Rainer Naigel vai nos revelar como as proibições de Scheer foram lentamente suavizadas.

Rainer Naigel, Infotransmitter de 20 de fevereiro, 2015

Tradução divulgada no Informátivo Galáctico (IG) 6, em Agosto de 2015.