A fadiga dos leitores, sem dúvida, ocorreu devido às situações muito limitadas nos volumes 1 a 49 e só pode ser removida usando a trama do ciclo que começa no volume 50, com a segunda parte da história humana.

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Se passaram 56 anos – foram suprimidos 36 – desde a ação do volume 49. Uma nova geração de homens amadureceu. Os filhos dessas pessoas já podem ter de 6 a 10 anos de idade.

Acabou-se o pensamento político então vigente. Por 57 anos existe o governo mundial da Terra, que agora é claramente reconhecido. Os jovens não se lembram mais como era antes.

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Ele esteve nas Cruzadas como um cavaleiro normando. Ele agiu como um amigo de Colombo, promoveu Leonardo da Vinci, lutou na Ásia com Kublai Khan, construiu a Grande Muralha da China contra as invasões mongóis, sempre apenas para usar a cultura existente para seus propósitos. Ele sempre experimentou retrocessos graves. Ele era imortal, mas vulnerável.

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Rhodan então convida o imortal, conhecido como o “Judeu Errante”1, para a sua equipe especial dali para frente.

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Por volta do livro 90 vem a terceira surpresa de Rhodan, com o início do entrelaçamento. Sistemas solares desconhecidos nas profundezas do Universo, antes incógnitos – exceto para os astrônomos, já não são mais limitados pelo voo das naves obsoletas.

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O imortal finalmente vê, após vários milênios, a oportunidade de alcançar com uma nave da frota espacial, agora existente da Terra, o seu planeta natal. É Árcon.

Ahasuerus é elucidado. Percebe que a sua eterna luta para escapar dessa área foi em vão. Árcon há muito tempo, talvez mais que o Solitário do Tempo pensa, deixou de ser o que era.

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Os decadentes arcônidas estão definitivamente removidos. Outros povos e os druufs assumiram o poder.

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Provavelmente, será necessário ainda nos volumes 50 a 99, outros saltos no tempo, para levar mais uma vez os acontecimentos a soarem de forma lógica.

No entanto é claro, de caso para caso.

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Esse foi o resultado de uma reunião de trabalho em 28 e 29 de abril de 1962, onde foi definido o conceito e papéis para o segundo ciclo de Perry Rhodan.

Como sabemos (ou vão notar), tudo o que aconteceu foi um pouco diferente.

Nota do tradutor:

- Fica claro que desde o início havia o conceito de ciclos, até mesmo porque se fosse para levarmos em conta o que Scheer citou no volume 250 como a sexta era, o ciclo 6 teria que ter começado no meio do ciclo 5? E o que ele queria dizer com isso também já ficou claro, já que no posfácio da edição especial da HJB vem: “uma nova era de desenvolvimento de espaçonaves deve ser iniciada. Na novela em si irá surpreender a todos - também a Atlan - as enormes dimensões da ultranave de guerra!”

- O conceito do Enxame já aparece como “os sistemas solares errantes” ou aqui já se está especulando sobre os mundos “escuros” dos pos-bis?

- Ainda bem que o nome Atlan prevaleceu. Já imaginou: “Aventuras Temporais de Ahasuerus”. Os fãs alemães acham que teria matado o personagem se ele viesse com esse nome, e que ele seria apenas um personagem passageiro. Mas será mesmo?

- Obviamente um salto no tempo não foi usado e a introdução de Atlan foi conseguida de forma muito brilhante, onde “saltamos no tempo” somente através de suas incríveis lembranças. Alias, tanto o personagem Atlan como a história toda em si esclarece bem que Scheer não era somente o “bala de canhão Scheer” que todos dizem, ele realmente teve várias ideias boas para a série em si e indubitavelmente Perry Rhodan não seria o que é hoje em dia se não fossem as ideias de Scheer.

Na theard original, vocês podem encontrar muito mais especulações sobre o que foi e o que teria sido. Basta acessar a postagem em http://forum.perry-rhodan.net/viewtopic.php?f=3&t=779 por Heiko Langhans – escritor e tradutor – autor das biografias de Clark Darlton – “O homem que trouxe o futuro” (2000) e K. H. Scheer – “O designer do futuro” (2001) além do Léxico da Enciclopédia Terrânia: Perry Rhodan volume 1 a 4 e Atlan 1 e as famosas crônicas de Perry Rhodan.

1 O judeu errante, também chamado Aasvero, Asvero, Ahasverus, Ahsuerus ou Ashver, é um personagem mítico, que faz parte da tradição oral cristã. Diz a lenda que Ahsverus foi contemporâneo de Jesus e trabalhava num curtume ou oficina de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por onde passavam os condenados à morte por crucificação, carregando suas cruzes. Na Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo, passando por aquele mesmo caminho, carregando sua cruz, teria sido importunado com ironias ou agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua volta, no fim dos tempos.

Um artigo especial divulgado no Informátivo Galáctico (IG) 11, em Dezembro de 2015.