Na década de 1960, a série cresceu, e as primeiras edições especiais foram produzidas. Em 1964 chegou ao mercado o primeiro livro de bolso de Perry Rhodan (também chamado de “romance planetário”), que continha uma história independente da sequência da série principal.

Como consequência natural do surgimento de fã-clubes ao longo da década, em 12 de agosto de 1967 foi realizada a primeira convenção da série, quando esta já tinha mais de 300 volumes publicados. Cerca de trezentos fãs foram a Frankfurt para participar do encontro. Essa foi apenas a primeira das inúmeras convenções de nível nacional que aconteceriam periodicamente a partir de então.

O grande sucesso de um dos personagens principais da série levou ao lançamento da série homônima Atlan em 1969. Essa série concentrou-se nas aventuras do arcônida imortal que sempre foi um dos maiores amigos e colaboradores de Perry Rhodan.

No início da década de 1970, a série mudou radicalmente: devido a uma doença crônica, K.H. Scheer afastou-se cada vez mais do seu trabalho de escrever os roteiros para cada volume individual. Uma parte de suas tarefas foi passada a William Voltz, que em 1974 finalmente obteve autonomia suficiente para influenciar os destinos da série. Scheer na década de 1960, fortemente influenciado pela Guerra Fria, mantinha a ação como linha de frente. Já na década de 1970, sob a direção de Voltz, a série desenvolveu um sentimento mais humanista. Essa nova fase da série, que envolvia grandes mistérios do Cosmo, a origem da vida no Universo e o desenvolvimento espiritual da Humanidade, é considerada até hoje um dos pontos altos de toda a série.

Com décadas de sucesso comercial, a série se tornou um fenômeno. Perry Rhodan mostra uma crítica feroz à realidade atual, fazendo-nos refletir em 1960 sobre a Guerra Fria, em 1970 sobre a New Age, em 1980 sobre o movimento pacifista, em 1990 sobre a Globalização, em 2000 sobre o Avanço da Tecnologia, e a partir de 2010 nas Novas Grandes Crises Econômicas, nas entrelinhas da sua história. A série tem capturado os principais pensamentos da elite científica da Alemanha e influenciou de forma pungente todos os escritores de ficção científica alemães e do mundo.

Em 1975 a Tecnoprint (Ediouro) famosa por suas edições de bolso começou a traduzir e lançar a série no Brasil. A edição da Ediouro teve três fases: capa branca, formato pequeno, com ilustrações e estilos da edição estadunidense; capa preta, formato médio, com ilustrações originais, porém “podadas”; capa preta, formato grande e alongado, com ilustrações originais, mas infelizmente também “podadas”. Teve uma pausa em 1980 no volume 160 e retornou em 1983 na sequência (161), onde foi até 1991 e parou no volume 536 – época dos planos econômicos malsucedidos que deixaram várias empresas em dificuldades.

O ano de 1980 foi marcante para a história da série: nesse ano foi publicado o volume 1.000, intitulado “O Terrano”, um livro no qual William Voltz criticou duramente as guerras e todos os tipos de preconceito existentes entre os povos e as nações. Até hoje ele é considerado não só o melhor volume de toda a série, como também uma das melhores obras de ficção científica de todos os tempos. Para celebrar a chegada desse importante volume, a editora organizou uma convenção mundial na cidade alemã de Mannheim, à qual compareceram milhares de fãs.

Em 1984, a morte prematura de William Voltz num acidente automobilístico foi muito sentida por todos. Contudo, após esse triste evento, novos e criativos autores uniram-se ao grupo. Seus novos redatores tentaram manter o estilo de Voltz, ao mesmo tempo em que aumentavam as doses de ação e aventura com o objetivo de tornar Perry Rhodan mais compreensível para seus novos leitores. Em 1986, para celebrar a venda de um bilhão de livros da série em todo o mundo, três mil fãs compareceram à segunda convenção mundial de Perry Rhodan na cidade de Saarbrücken.

Embora os fãs tenham celebrado o trigésimo aniversário da série em 1991 numa convenção em Karlsruhe, durante a década de 1990 ocorreram vários eventos tristes: K.H. Scheer faleceu após uma longa enfermidade, bem como Kurt Mahr (um dos autores mais técnicos da série) e Günter M. Schelwokat, que havia sido o editor-chefe da série por mais de trinta anos. Johnny Bruck, o artista que tinha desenhado até então todas as capas dos livros da série, morreu em 1995, vítima de um acidente de trânsito.

Em dezembro de 1999 ocorreu na cidade de Mainz mais uma convenção mundial de Perry Rhodan, dessa vez em comemoração ao lançamento do número 2000 da série. Milhares de fãs estiveram presentes nesse evento único no mundo, no qual puderam conhecer as últimas novidades sobre a série e discutir os rumos da mesma diretamente com seus autores e editores.

As décadas de 2000 e 2010 foram marcadas por transformações profundas nos rumos da série, com perdas de autores e novidades na publicação. Em 2001, para celebrar os 40 anos de Perry Rhodan, foi lançada uma edição especial da revista Perry Rhodan Magazine. Em 2005, toda a comunidade rhodaniana lamentou a perda de Clark Darlton, cocriador da série. No mesmo, ano, foi lançada a série regular eletrônica de Perry Rhodan, com dois volumes semanais. Dois anos depois, a série começou a ser veiculada também na forma de volumes de áudio (narrados). Em 2008, faleceu Ernst Vlcek, o principal autor da fase pós-Voltz e planejador dos episódios 1211 a 1999. O ano seguinte marcou a perda de outro autor principal, Robert Feldhoff, que coordenou a autoria da série dos volumes 2000 a 2505. Esses autores das primeiras equipes de escritores da série foram substituídos por autores de talento da nova geração de escritores alemães de ficção científica. Entre eles destacam-se Rainer Castor (que era considerado o sucessor do estilo técnico e descritivo de Scheer e Mahr e infelizmente faleceu em 2015) e Uwe Anton, em cujas histórias poéticas podem ser identificados traços do humanismo exacerbado de Voltz.

Essas décadas também foram importantes no Brasil: em 2001, após décadas de esforços do Perry Rhodan Fã Clube, presidido pelos irmãos Alexandre e Fernando do Rio Grande do Sul, dois fãs de Belo Horizonte pertencentes ao fã clube resolveram acreditar numa nova edição de Perry Rhodan. Rodrigo de Lélis e César Maciel, através da SSPG – Editora Oficial de Perry Rhodan no Brasil lançaram a edição impressa de Perry Rhodan. A mesma iniciou na edição 650 – apostando nessa nova fase da série, muito elogiada na Alemanha – e saltando os episódios 537 a 649, que foram considerados fracos por parte dos fãs alemães.

Em 2007 devido às baixas vendas, a nova edição da série brasileira foi interrompida, quando já estava no número 847. Felizmente após pesquisas de opinião e novas renegociações juntamente a editora alemã, a editora oficial no Brasil, SSPG voltou a editar a série em 2014, desta vez no já consolidado formato digital. Maiores detalhes estão disponíveis no seguinte endereço: www.perry-rhodan.com.br.

Em 2008, os fãs de Perry Rhodan no Brasil, mais uma vez se deparando com a interrupção de publicações no meio de um ciclo se juntaram para dar vazão a um antigo desejo: a tradução dos livros do hiato 537 a 649. Em 21/07/2009, após muitas críticas, vários questionamentos e inclusive tentativas de desestabilizar o Projeto Traduções, que desde sempre foi uma iniciativa de fãs para fãs e feito por fãs, o grupo conseguiu, a conta-gotas, arrecadar o mínimo necessário para pagar o tradutor. A tradução dos livros finais do ciclo, 537 a 569, foi feita pelo ProjTrad e distribuída somente entre os seus integrantes, que ratearam os custos entre si, que desde o início cedeu as traduções a SSPG. Desde 2015 todos livros já lançados pelo Projeto estão tendo novas revisões e traduções (em alguns casos estão sendo totalmente retraduzidos) feitas pelos Tradutores do Projeto e adicionalmente uma Revisão Editorial e vindo com novos complementos. Desde 2009 o Projeto Traduções aumentou seu volume de traduções e além de Perry Rhodan no hiato, atualmente também está traduzindo os livros do ciclo 21 (1400 a 1499), Perry Rhodan Neo, Aventuras Temporais de Atlan, Minisséries de Perry Rhodan, Aventuras de Atlan, o fanfic alemão Dorgon e até mesmo lançando series originais de integrantes do Projeto como Herdeiros Cósmicos, Guerra Fria Temporal e Nanoferas, bem como apoiando o fanfic nacional de Perry Rhodan, Resumption.

O 50º aniversário de Perry Rhodan foi comemorado em 2011 com a realização da 5ª Weltcon em Mannheim e com o lançamento do volume 2600. No mesmo ano, foi lançada a nova série Perry Rhodan Neo, uma releitura atualizada das origens da série, que em 2016 já está totalmente consolidada e tornou-se junto coma série principal de Perry Rhodan um dos carros chefes da editora alemã. E em maio de 2013 foi lançada a edição 2700, que marcou a estreia dos autores Christian Montillon e Wim Vandemaan na coordenação dos episódios, em substituição a Uwe Anton.

Em abril de 2015 foi lançada a edição 2800 que iniciou o 39º ciclo de Perry Rhodan e em 2016 foram retomadas as edições de minisséries de Perry Rhodan, que já haviam feito sucesso em 2014 com a minissérie Stardust e retornou com a minissérie Árcon que terminará em junho de 2016 e a já anunciada minissérie Júpiter que iniciará no segundo semestre de 2016.

As perspectivas de Perry Rhodan, de uma série de 30 a 50 livros, agigantaram-se ao logo do tempo e hoje em dia já se consolidou como uma “série sem fim”, que só deixará de ser publicada quando não tiver mais fãs, o que dificilmente acontecerá tão cedo.

O novo ciclo de Perry Rhodan, o 40º ciclo já está definido e será do episódio 2875 a 2899, sendo que já foi anunciado que será um ciclo curto para explicar e fechar todas as pontas soltas da história até agora e iniciar uma nova fase de Perry Rhodan que começara no episódio 2900 e tomará os rumos da série para o episódio 3000 em diante…

Também o novo ciclo de Perry Rhodan Neo, a temporada 12 com os episódios 121 a 130, já foi anunciado e está sendo publicado quinzenalmente desde o dia 06 de maio de 2016.

Elaborado com base em parte do suplemento especial da edição 650 da SSPG feito por César Augusto F. Maciel e Rodrigo de Lélis e complementado por Márcio Inácio Silva.

Um artigo especial divulgado no Informátivo Galáctico (IG) 16, em Maio de 2016.